4 de set. de 2014

Contos de Fadas e suas morais + minhas explicações



Olá pessoal, tudo bem? Bom, antes de tudo, eu realmente preciso me desculpar com vocês, afinal, estou há muito tempo sem escrever nenhuma postagem nova. Acho também que devo me explicar: A questão é que, tenho o orgulho de dizer, eu passei no Bentão (Etec Bento Quirino), onde faço curso técnico de informática. Por isso, não tenho mais tanto tempo livre como antes, afinal, estudo em dois períodos. Mesmo que isso não seja desculpa para não escrever, é uma "justificativa válida". Pensem em quando vocês chegam em casa depois de um dia no trabalho, e querem descansar, e verão que é mais ou menos isso. Apesar do horário puxado, estou gostando muito de estudar no Bentão, é um lugar legal, as pessoas são interessantes e acolhedoras, me fazem sentir como se fôssemos uma família. Me sinto muito mais feliz aqui do que em todas as escolas em que estudei anteriormente.

  Além disso, tenho o orgulho de também dizer que eu estou escrevendo um livro. Pois é, quem diria? Para ser sincero, já faz tempo que comecei a escrever essa história, só que, na época, eu ainda tinha 11 anos, e, hoje, com 15 (quase 16) vejo que tal livro não estava nem de longe digno de ser publicado, e é por isso que estou reescrevendo-o, desta vez com mais personagens, mais intrigas, personagens mais maduros, enfim, uma verdadeira reforma na história.

  Agora que já expliquei por que fiquei tanto tempo sem escrever (talvez eu pause o blog oficialmente por um tempo, ou então o desative e ative de novo depois, quando eu tiver mais tempo), vou falar sobre um assunto sobre o qual dialoguei comigo mesmo em pensamento (por que, por alguma razão, eu consigo criar conversas inteiras em minha mente, onde invento respostas e contra-respostas. Estranho, não?): As morais dos contos de fadas.

  Que cada conto de fada tem uma moral, você provavelmente já sabia, não é? Por exemplo, em "Chapeuzinho Vermelho" as crianças aprendem que não devem falar com estranhos. Em "Cinderela", elas aprendem que a bondade sempre é recompensada. Em "A Bela e a Fera" elas aprendem a não julgar uma pessoa por sua aparência  Mas e em "A Bela Adormecida"? Qual é a moral da história da Bela Adormecida? Eu diria que a moral dessa história não é uma moral para as crianças, e sim, uma moral para os pais? Sabem por quê?

  Você, que está lendo essa postagem, se lembra do conto da Bela Adormecida? No conto original, depois que sua filha foi amaldiçoada por uma fada má para que espetasse o dedo no fuso de uma roca (instrumento usado para fiar a lã) ao completar 16 anos e morresse, o rei mandou que todas as rocas fossem queimadas. E, justamente por causa disso, a princesa nunca soube o que era uma roca de fiar. Então, em seu aniversário de 16 anos, ao subir em uma torre, a princesa encontrou uma velha senhora (que na verdade era a fada má disfarçada) fiando em uma roca. Justamente por nunca ter visto uma roca de fiar, a garota ficou curiosa, e a fada, aproveitando-se na inocência infantil, convenceu-a a tentar fiar. Como é natural do ser humano ser curioso, é claro que a garota aceitou entusiasmadamente a oferta da velha, e acabou por espetar o dedo no fuso, caindo em um sono profundo que durou muitos e muitos anos. 

  Já pararam para pensar que isso talvez não tivesse acontecido se o rei, ao invés de queimar todas as rocas, tivesse contado para a filha sobre a maldição? Se ele a tivesse ensinado sobre as rocas para que ela não ficasse curiosa quando visse uma pela primeira vez, então ela talvez não espetasse o dedo na tal roca.
  E isso acontece ainda hoje. Pais e mães queimam as rocas, e as escondem de seus filhos, porém, quando eles as veem pela primeira vez, são tomados pela curiosidade, e, às vezes, convidados por pessoas que se dizem seus amigos para experimentá-las. E então caem no sono profundo. 
  
Nunca viu isso acontecer? Bom, então, substitua "rocas" por "drogas" ou "sexo", e verá uma grande realidade nos dias de hoje. Pais que nunca conversam com seus filhos sobre certos assuntos, por considerarem "Tabu" ou por ter vergonha de tocar em tal assunto constrangedor. Então, um dia, quando alguém convida o jovem à experimentar alguma droga, esse alguém diz que "a sensação é um barato" e tal, e o jovem, então, por nunca ter ouvido dos pais sobre isso, não sabe que a droga vicia, e nem os males que ela causa, e, por isso, acabam entrando no mundo das drogas, tudo isso por que os pais simplesmente acharam que a melhor forma de proteger era esconder.

  Acontece que esconder não dá certo. Uma hora ou outra, seu filho vai acabar se deparando com drogas, seja no mundo real, seja em revistas, em filmes ou em qualquer lugar. Cerveja e cigarro são drogas, apesar de serem legalizados, e o cigarro tem mais de 1.400 substancias tóxicas. A mesma coisa é com o sexo. Os pais não querem ter "a conversa" com o jovem, e aí acontecem as DSTs, uma gravidez indesejada, e todos os outros problemas que o sexo sem proteção pode causar.

Também não adianta usar a conversa do "não porque não", isso não cola, não gera segurança e ainda pode desencadear a rebeldia do jovem. O certo a fazer é orientar o adolescente, deixá-lo livre para fazer suas próprias escolhas, ao mesmo tempo em que ensina que essas escolhas trarão consequências, assim como qualquer escolha que se faz na vida, pois o mundo é uma balança, nada acontece de um lado que não gere uma alteração no outro lado.

Por isso, pais e mães que estiverem lendo isso agora: Não queimem as suas rocas, não tapem os olhos de suas crianças para as maldições. Não transforme seus filhos na Bela Adormecida, ou eles cairão no sono profundo, do qual jamais conseguirão sair sem ajuda...